Defesa da Concorrência Categoria Profissionais 3° Lugar: Estimando conduta competitiva sob a ameaça de entrada: o caso da indústria brasileira de cimento
Título: | Defesa da Concorrência Categoria Profissionais 3° Lugar: Estimando conduta competitiva sob a ameaça de entrada: o caso da indústria brasileira de cimento |
Autor(es): | Salvo, Alberto Eduardo Brugarolas |
Editor: | Esaf |
Idioma: | Idioma::Português:portuguese:pt |
País: | País::BR:Brasil |
Tipo: | Monografia/TCC |
Extensão/Indicação de Série: | 84 páginas |
Data: | 2007 |
Detentor dos direitos autorais: | Alberto Eduardo Brugarolas Salvo |
Termos de uso: | Termo::Autorização: O autor da obra autorizou a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) a disponibilizá-la, em Acesso Aberto, no portal da ENAP, na Biblioteca Graciliano Ramos e no Repositório Institucional da ENAP. Atenção: essa autorização é válida apenas para a obra em seu formato original. |
Classificação Temática: | Orçamento e Finanças |
Resumo: | Um tema clássico da Organização Industrial e da Política Antitruste é a medição do poder de mercado exercido por firmas numa indústria oligopolizada. Quando o custo marginal é observado, esse poder de mercado – ou, equivalentemente, a conduta competitiva das firmas – pode ser inferido a partir da simples diferença entre preços e custos, a chamada margem de preço sobre custo. Mais comumente, no entanto, o custo não é observado pelo analista. Nesse caso, uma metodologia padrão tem sido desenvolvida nas últimas décadas na tentativa de inferir a conduta, e o custo, a partir da estática comparativa de equilíbrio. Descrita de maneira simples, a forma em que preços em equilíbrio variam na medida em que as condições de demanda flutuam exogenamente, irá revelar o grau de poder de mercado. Dois exemplos polares oferecem intuição. Numa indústria competitiva, as firmas produzem a quantidade cujo custo marginal se iguala ao preço no mercado. No outro extremo, indústrias colusivas, ou cartéis, ajustam seus preços de modo que receita marginal se iguale a custo marginal. (Veja-se, por exemplo, Bresnahan 1989.) O presente artigo examina essa abordagem estabelecida num contexto mais geral onde uma indústria enfrenta a ameaça seja de entrada ou de regulação, e essa ameaça ocasionalmente restringe seus preços. A partir de observações de equilíbrio de mercados temporais ou regionais, alguns dos quais estão restritos em função da ameaça, o analista deseja inferir o poder de mercado. O analista não observa a ameaça ou não sabe separar aqueles mercados onde a restrição de ameaça está ativa (respectivamente, “o joio”) 3 daqueles mercados onde não há restrição ativa (resp., “o trigo”). Eu demonstro que nessas condições o analista irá subestimar o verdadeiro poder de mercado. Intuitivamente, a ameaça de entrada (ou de regulação) age restringindo a habilidade de firmas com poder de mercado de responder a choques exógenos de demanda. Dada a ampla utilização dessa metodologia tanto em círculos acadêmicos como em política antitruste, incluindo o próprio SBDC, este resultado é altamente relevante. Em determinadas condições em que uma indústria precifica levando em consideração as ações de agentes externos, como por exemplo a concorrência potencial de importados em um mundo em que as barreiras ao comércio estão caindo, o analista poderá concluir que há mais competição onde há menos. O trabalho começa demonstrando esse resultado metodológico de forma intuitiva, para então demonstrá-lo formalmente, de forma analítica e através de experimentos de Montecarlo. Na sequência, o resultado é ilustrado empiricamente através da indústria brasileira de cimento, onde a ameaça de entrada de importados, mesmo sendo de alto custo, restringe as decisões de preço da indústria estabelecida. Eu assumo o papel do pesquisador que ignora a restrição de arbitragem latente gerada pelas importações e utilizo a metodologia padrão para estimar conduta e custos. As estimativas de oferta que eu obtenho sugerem forte competição doméstica, com margens de preços sobre custos (domésticos) ao redor de zero. Não obstante, a simples tecnologia (de coeficientes fixos) da indústria de 4 cimento me permite construir, diretamente, medidas de custo marginal de modo a verificar os valores estimados. As verdadeiras margens de preço sobre custo estão distantes de níveis competitivos, atingindo cerca de 50% dos preços do produtor. Finalmente, eu utilizo a base de dados de riqueza pouco usual para elaborar um teste direto de conduta que leva em consideração a restrição de arbitragem de importados. Eu demonstro que a indústria cimenteira pode ser caracterizada como um cartel espacial que divide tacitamente seus mercados geográficos. |
Palavras-chave: | oferta e demanda; concorrência; custo; mercado financeiro; preço; política industrial; economia industrial; direito econômico |
Objetivo: | Monografia apresentada ao prêmio SEAE de monografias em defesa da concorrência e regulação econômica - Monografias premiadas 2007 |
Público alvo: | Especializado |
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): | 16. Paz, justiça e instituições eficazes - Promover sociedades pacíficas e inclusivas par ao desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. |
Observações/Notas: | ISBN impresso 978-85-61200-01-5 Texto publicado no Prêmio SEAE de monografias em defesa da concorrência e regulação econômica |
URI: | http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/5261 |
Aparece nas coleções: | Prêmio SEAE - Secretaria de Acompanhamento Econômico (2006 A 2022) |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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